Residência Médica - Site do Aluno
Você já sabe bem como é a trajetória de um estudante de graduação em Medicina: são seis anos repletos de muita dedicação e desafios.
São seis anos para acompanhar a extensa carga horária de aulas teóricas e práticas, fazer o internato - que funciona como um estágio - se formar e, por fim, obter o registro junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
Mas essa jornada não termina aqui! Apesar de não ser obrigatória para exercer a profissão, a Residência Médica é muito importante para completar a sua formação acadêmica.
Ficou curioso? Para que você fique por dentro de tudo, reunimos as principais informações sobre essa etapa de especialização.

Dúvidas frequentes sobre Residência Médica:
O que é uma Residência Médica?
Com o diploma de Medicina e o registro do CRM em mãos, você está pronto para atuar como generalista, seja em seu consultório, hospitais ou outras instituições de saúde. Mas se o seu intuito é trabalhar como especialista, é necessário passar pela Residência Médica, momento fundamental para aprimorar seus conhecimentos. Em resumo, trata-se de um programa de pós-graduação com treinamento em serviço que é regulamentado pelo Decreto nº 80.281, de 5 de setembro de 1977.
Como funciona a Residência Médica?
Para ingressar no programa, o futuro médico precisa passar por um processo seletivo que é bastante concorrido. Em seguida, o profissional passa a ter uma rotina intensa de trabalho no hospital. Isso porque a legislação que estabelece os principais pontos dessa formação a caracteriza como um treinamento de serviço em regime de dedicação exclusiva e prevê uma carga horária de até 60h semanais. Durante o período, está incluso um plantão de até 24h semanais, sendo que é preciso ter descanso de 6h após plantão noturno de 12h. Além disso, o residente tem um dia de folga na semana e 30 dias de férias, apesar de não ter vínculo empregatício com a instituição.
Confira as principais atribuições do residente:
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Acompanhamento de pacientes internados;
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Atendimento em ambulatórios especializados;
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Responsável por casos de urgência relativos à especialidade que ele escolheu;
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Substituir médicos da equipe e;
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articipar dos plantões.
Essa maratona é, portanto, uma aprendizagem essencialmente prática em que o médico recém-formado tem a oportunidade de acompanhar detalhes sobre técnicas e procedimentos de diagnósticos e tratamentos, o uso de equipamentos e a chance de lidar diretamente com os pacientes. Em outras palavras, ele cumpre um expediente de trabalho sob a supervisão de um especialista.
Qual a importância de fazer a Residência Médica?
O aprendizado prático adquirido com a Residência oferece muitas vantagens para o desenvolvimento profissional e pessoal do médico recém-formado.
Veja a seguir os benefícios de entrar para o programa:
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Experiência com a rotina de trabalho: A primeira vantagem é ter a oportunidade de vivenciar casos reais e o treinamento com os melhores profissionais na especialidade que tem interesse em seguir. Com isso, você vai aprimorar os seus conhecimentos e adquirir habilidades importantes para realizar um trabalho de qualidade.
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Desenvolvimento de soft skills:
Além do aperfeiçoamento técnico-científico, ao enfrentar o longo expediente em hospitais e realizar o atendimento com os pacientes, o profissional desenvolve competências ligadas ao seu comportamento e relacionamento interpessoal no trabalho, como empatia, comunicação, flexibilidade, Resiliência e trabalho em grupo. -
Título de médico especialista:
Ao final da Residência Médica, o médico obtém o título de especialista de maneira imediata, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Dessa maneira, ele pode atender, realizar procedimentos e cirurgias legalmente nesse segmento sem ferir as normas do CRM. Outro benefício é conseguir uma pontuação maior em concursos públicos por conta desse título, podendo iniciar a carreira de Medicina em órgãos federais, estaduais e municipais juntamente ao trabalho em clínica ou consultório. -
Entendimento sobre o cenário de saúde pública no país:
Quem escolhe fazer esse programa de aprendizado prático pelo SUS tem a oportunidade de ampliar sua visão a respeito da Medicina, conhecendo melhor como funciona o sistema e as condições de saúde pública no país. -
Papel social:
Apesar de ainda estar em treinamento, os residentes desempenham um papel social na saúde pública, pois amplia e assegura um serviço médico de melhor qualidade à população. Dessa forma, eles se aprimoram com o atendimento diário dos pacientes, conquistam um título de especialidade e ainda garantem um número maior de médicos inseridos no serviço público.
É possível ter um título de especialidade sem fazer o programa da Residência Médica?
Quando o médico tem só o diploma de graduação e não faz a Residência Médica, sua atuação no mercado é apenas generalista. O que o profissional pode fazer é uma especialização na área de sua preferência oferecida por diferentes instituições de ensino, públicas e privadas.
Nesse caso, após a conclusão do curso e cumprindo alguns pré-requisitos (como tempo de experiência profissional na área ou estágio com carga horária semelhante à Residência Médica), ele precisa passar por uma prova da Associação Médica Brasileira (AMB) e das Sociedades de Especialidades para ter o título de especialista.
Quais são as áreas da Medicina na Residência Médica?
Cada Residência Médica tem uma particularidade, como o número de vagas oferecidas anualmente e a concorrência para passar no processo de seleção. Desse modo, a dica é o candidato entender bem quais as características da área que quer seguir para se preparar da melhor maneira.
Confira a seguir a lista de especialidades em que é possível fazer Residência Médica:
- Acupuntura;
- Alergia e Imunologia;
- Anestesiologia;
- Angiologia e Cirurgia Vascular;
- Cirurgia Cardiovascular;
- Cirurgia da Mão;
- Cirurgia de Cabeça e Pescoço;
- Cirurgia Geral;
- Cirurgia do Aparelho Digestivo;
- Cirurgia Pediátrica;
- Cirurgia Plástica;
- Cirurgia Torácica;
- Clínica Médica;
- Coloproctologia;
- Dermatologia;
- Endocrinologia;
- Endoscopia;
- Gastroenterologia;
- Genética Médica;
- Ginecologia e Obstetrícia;
- Homeopatia;
- Infectologia;
- Mastologia;
- Medicina da Família e Comunidade;
- Medicina do Trabalho;
- Medicina do Tráfego;
- Medicina do Esporte;
- Medicina Física e Reabilitação;
- Medicina Intensiva;
- Medicina Legal e Perícia Médica;
- Medicina Nuclear;
- Medicina Preventiva e Social;
- Nefrologia;
- Neurocirurgia;
- Neurologia;
- Nutrologia;
- Oftalmologia;
- Oncologia;
- Ortopedia e Traumatologia;
- Otorrinolaringologia;
- Patologia;
- Patologia Clínica e Laboratorial;
- Pediatria;
- Pneumologia;
- Psiquiatria;
- Radiologia e Diagnóstico por Imagem;
- Radioterapia;
- Reumatologia;Urologia.
Quanto tempo dura o programa?
A vantagem, como explicamos, é ter um aprendizado e treinamento intensivo com a supervisão de médicos que se destacam em sua área e conseguir o título de especialidade de forma automática.
Qual o preço médio de uma Residência Médica no Brasil?
Contudo, está em tramitação na câmara dos Deputados um projeto de lei que prevê o aumento desse valor, determinando uma bolsa de R$ 5.225,00, que deve sofrer reajustes anuais de acordo com a inflação. É uma maneira de valorizar o trabalho do residente que faz um expediente de até 60h semanais.
Como escolher a área da Residência Médica?
Devido a essas questões, vale fazer um exercício de autoconhecimento para não errar nessa escolha.
- Quais são meus pontos fortes e fracos?
- Quais matérias eram as minhas favoritas na faculdade?
- Qual tipo de público gosto mais de atender?
- Prefiro somente o atendimento em consultório ou quero atuar com emergências?
- Quero fazer cirurgias?
- Gosto de ter flexibilidade de horário para realizar minhas atividades pessoais?
- Como será minha disponibilidade para o trabalho?
Apesar de ser importante pensar em áreas que têm um mercado mais aquecido e que vão garantir ganhos maiores, o ideal é nunca deixar de lado aquela especialidade que vai trazer também satisfação pessoal.
Como me preparar para entrar para a Residência Médica?
Além de se dedicar à graduação, é preciso fazer uma preparação específica para o exame da Residência Médica. É que, se as pessoas consideram o nível do vestibular para Medicina alto, saiba que essas provas também exigem bastante dos candidatos. Mas isso não é motivo para desistir dessa carreira. Então, o ideal é pegar firme nos estudos e, se considerar necessário, investir em cursos preparatórios.